sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bhagavad Gita, Aula 2 resumo - Pazpazes, Porto

Duração da aula 56m11m; cânticos iniciais.

Capítulo I: A visão de Arjuna do campo de batalha e o seu estado de espírito - o desejo de se afastar dessa situação e a sua confusão. Arjuna questiona-se sobre a validade da guerra como solução para o problema que atravessa; a falta de clareza de Arjuna e o erro no seu argumento inicial, já que, a solução não é ir, simplesmente, embora.

Capítulo II: Logo no início, Kṛṣṇa questiona Arjuna, pergunta-lhe pela sua força e incita-o a desempenhar o seu papel na guerra. Arjuna continua a dar explicações, a seu ver, plausíveis para escapar a essa batalha, como por exemplo, caso a guerra prossiga ele terá de combater Bīṣma e Droṇa, veneráveis mestres e parentes. Para ele é até preferível viver uma vida de mendicância. Arjuna começa a lidar com a questão do problema fundamental - ele deseja śreyas, ele deseja estar bem com ele mesmo. Arjuna diz: "Com a minha mente iludida pelo dharma (o que adequado eu fazer? qual a minha natureza fundamental?) eu pergunto a si, Kṛṣṇa, o que me dará śreyas? Eu tomo refúgio em si." O maior refúgio é o entendimento. Arjuna pode relaxar, pois colocou o seu problema aos pés de Kṛṣṇa.

A professora Glória conta a história da série televisiva que passou na Índia sobre o Mahābhārata.

A interpretação da primeira palavra de Kṛṣṇa na resposta a Arjuna - aśocyan: representa a falsidade do problema de Arjuna como a limitação em termos de felicidade, em termos de tempo (a chegada do declínio, destruição e morte) e ignorância ("eu não tolero viver em ignorância"). O sofrimento deve-se ao desejo de ser uma pessoa sempre feliz, ter todo o conhecimento e ser imortal, e, nada parece ser a solução para isso. Kṛṣṇa diz que aquilo que você é fundamentalmente não é essa pessoa que você vê, pois, se fosse limitado não haveria solução para o problema. A solução não passa por resolver todo os problemas relativos ao redor, pois ao resolver esses problema não muda a percepção sobre si mesmo. Torna-se necessário conhecer sobre si mesmo para descobrir esse ser fundamental que se é. É necessário expor-se ao conhecimento. Esse ser fundamental que é consciente não vai ser conhecido pelos sentidos, nem pela lógica - é necessário usar um meio de conhecimento diferente que são as palavras (as palavras de vedānta). Kṛṣṇa diz: você é aquele que não morre mesmo quando esse corpo morrer, nem você morre, nem eu, nem todos os aqui reunidos. Conhecendo-se a si mesmo você descobre-se a si mesmo fundamentalmente.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bhagavad Gita, Aula 1 resumo - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h09m58m; cânticos iniciais.

Apresentação da Bhagavad Gītā e contextualização.

O conflito de Arjuna (arjanat iti arjunaḥ) aquele que tem as qualificações necessárias para obter alguma coisa: capacitado para aquela guerra com o conhecimentos de armas, estratégias, a defesa do Dharma, daquilo que é correto. Arjuna tinha um alinhamento: o que pensa, diz e faz ele estava também qualificado para o estudo; ele é o śiṣya o discípulo. Outra personagem é o guru Kṛṣṇa, raiz verbal "kṛṣ" - ākarṣati aquele que é a atração de todas as pessoas, porque, ele é ānanda svarūpa a própria natureza de plenitude e ele sabe então como sabe ele é Brahman, como um avatāra ele é Brahman e como mestre ele é aquele que conhece e ensina sobre essa natureza livre de limitação. A Gītā tem o estatuto de Upaniṣad, acontece no mesmo formato de pergunta e resposta. A Gītā começa no campo de batalha em Kurukṣetra (o local), e Dharma kṣetra, um lugar onde o dharma é protegido. Dharma vem da raiz dhṛ - sustentar. Dharma é o que sustenta, os valores básicos, universais e enquanto indivíduo o papel, no sentido de viśeṣa dharma, o papel que uma pessoa pode cumprir e que mais ninguém pode cumprir por ela: trabalho, capacidades específicas, etc; e o sāmānya dharma, o dharma geral que são os valores que mantêm uma harmonia na sociedade, o respeito, a não violência. Arjuna começa por querer fazer o seu papel, aquilo que é adequado, enquanto príncipe, irmão e nos outros papéis e também aquilo que sustenta de uma forma absoluta, a natureza de si mesmo livre de limitação, imortal e já puro.

No início Dhṛtarāstra faz uma pergunta sobre os dois lados inimigos: os filhos do seu irmão e os seus filhos. A Gītā por um outro lakṣana, um significado secundário, é também vista como uma batalha/conflito na mente de cada pessoa: as emoções que pulam na mente e a busca da paz, da satisfação e conforto. Existem dois problemas, um relativo e outro fundamental. A maturidade espiritual é a descobrir um problema que é o fundamental e focar nele ao invés dos relativos. Arjuna começa com várias questões sobre os problemas relativos, como, no seu caso, matar ou não os parentes que eram seus inimigos na batalha, que trazem tristeza, sofrimento e infelicidade. Com a ajuda de Kṛṣṇa percebe que os problemas relativos não têm solução, pois eliminando um deles outro surge. Torna-se necessário fazer uma gestão de problemas pois dentro deste mundo que é limitado e em constante mutação os problemas vão surgindo. Arjuna vai percebendo que não é através de alguma situação que no mundo relativo não existe ganho sem perdas. É necessário descobrir a mim mesmo como este ser livre de sofrimento e de limitação, descobrir uma plenitude em mim mesmo para lidar com o mundo. O problema é que eu sinto-me inadequado e se eu descobrir um conforto comigo mesmo, posso lidar com as situações com tolerância porque eu já estou confortável comigo mesmo e posso lidar melhor com as situações externas do mundo. Arjuna foca no problema fundamental e deixa o relativo para depois. Ele torna-se um mumukṣu - aquele que escolhe a libertação.

A professora Glória fala sobre os irmão de Arjuna, Yudhiṣṭhira, Bhīma, Nakula e Sahadeva e o final do Mahābhārata com a cena do cão e Yudhiṣṭhira às portas de svarga loka.

A professora fala também da antecipação de Arjuna perante Duryodhana com Kṛṣṇa. Arjuna escolhe ficar com Kṛṣṇa no seu exército mesmo quando este diz a Arjuna que não irá combater e que poderia escolher ao invés o seu exército. Arjuna ao escolher Kṛṣṇa mostra o interesse por um bem maior, pelo interesse coletivo, o seu apreço pelo Dharma.

A professora fala sobre o jogo de dados que leva os Pāṇḍavas para o exílio na floresta, de Duryodhana e seu exército.

É tocada a concha que anuncia o início da guerra e Arjuna, seguro de si mesmo, pede a Kṛṣṇa para colocar o carro no centro da batalha e observa os dois exércitos. Quando ele olha para as pessoas vêem à sua mente o seu passado com aquelas pessoas - a emoção vem à tona e começa o conflito com o intelecto. Nesse momento, a tremer, diz a Kṛṣṇa que não sabe o que fazer e que o melhor é não lutar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Resumo Aula 11 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h13m42s; cânticos iniciais e leitura até ao fim do texto.

Aquele que tem de ser diferente, diferente daquele que está dormindo, diferente de conhecimento e ignorância, sempre consciência, que não se apaga, que é completo, ātman.

Existe um īśvara? Qual é a sua natureza?

Verso 24: a diferença entre jīva e īśa - jīva quer dizer aquele que vive, esse sou eu; īśa que eu saiba é todo o universo, não limitado, tem todos os poderes, todo o conhecimento.

A diferença que vê entre o indivíduo e o todo é só em termos de roupagem, de forma aparente, essencialmente aquilo que eu sou é o brilho que é consciência que faz a mente funcionar, os sentidos funcionarem, a mesma luz que é a base da criação que nos possibilita conhecer. O Sol só pode ser visto porque existe na consciência também, a consciência que existe no meus olhos é a mesma base de fundo adhiṣṭhāna que permite ver esse Sol. É a mesma consciência do oceano e da onda, aquilo que constitui a onda é água e aquilo que constitui o oceano é a mesma água - a forma veśa de onda é pequena e limitada, a forma oceano é grande e vasta mas essencialmente a base, a natureza essencial de ambos é a mesma (o que constitui verdadeiramente é água). A consciência ali refletida faz com que eu me identifique com ela. A verdade do jīva é consciência, a verdade desse todo universo é consciência, não duas, mas uma consciência mas parecem diferentes devido à roupagem. Esse īśa nada mais é do que eu. A verdade é uma única.

Verso 25: se eu dou muita atenção e me prendo à roupagem do corpo identifico-me como indivíduo. Na roupagem desse universo eu vejo o todo, separado. Deixar de lado a forma individual e a total de lado e o que sobre é a consciência - a mesma que eu sou. A visão do criador é a visão daquilo que eu sou. É um conhecimento imediato, completo, livre de dúvidas.

Verso 26: a visão de si mesmo é sentido de eu estar estabelecido em mim mesmo, não a roupagem (corpo, nome, papel social, etc) mas a visão clara do que eu sou. O ātman é livre de dualidade é o eu, que é o mesmo eu que é cada pessoa, é o mesmo sujeito, uma única consciência; isto porque ātman não é dois, nem três, mas um único. A base do intelecto é consciência mais uma forma que o pensamento. Na meditação com japa, mantra, o foco é um pensamento, em vigília o normal é seguir de pensamento em pensamento, isso é o "pensamento macaco" pois vai de galho em galho e assim por diante e é o que a gente faz, normalmente, por associação de um pensamento para outro. O foco da meditação é descer para a base do pensamento, o pensamento esquilo Svāmi Dayānanda dá esse nome a isso por comparação com o esquilo que desce da árvore para recolher comida e depois volta a subir - vem na base ao contrario do macaco que fica sempre nos galhos. Na meditação com manter o foco está na base: faz-se o mantra, e depois silêncio, faz-se de novo o mantra e novamente silêncio e assim por diante. O foco fica no espaço, silêncio, entre o mantra. O silêncio torna-se claro. A prática da meditação tem por objetivo fazer com que o meditador medite durante o dia em geral e que esteja em paz, silêncio, consigo mesmo, consciente, em contacto claro e evidente com o que sou, a base. Não é preciso eliminar pensamentos, nem lutar com eles, mas manter o conhecimento "eu sou a base, eu sou a paz". Isso faz toda a diferença

Verso 27: a consciência não se opõe à ignorância, é a base de conhecimentos e ignorâncias, está livre de ambos. Na minha mente existe ignorância de determinadas coisas, por exemplo Telugu, uma língua da Índia. Eu tenho consciência disso, dessa ignorância. Tendo adquirido o conhecimento de si mesmo que outro conhecimento é preciso adquirir?

Verso 28: Nesse processo de questionamento de si mesmo descobre-se a sua natureza imutável, livre de nascimento, livre de morte, completa, a felicidade plena.

Verso 29: Quando se fala de libertação, é necessário falar de aprisionamento. Através desse conhecimento percebe-se que não é um soltar de amarras pois nunca se foi preso, não é um processo gradual mas um descobrir que nunca se foi limitado é um processo de conhecimento não de transformação. Não se deixa de ser limitado para passar a ser ilimitado. A dualidade pertence à forma, ao corpo, ao mundo, a mente sempre será assim, a forma também. Descobre-se que que Eu nunca fui limitado, sempre fui completamente livre, livre desse corpo e dessa mente. Essa liberdade é descobrir a identidade alem de limitações. É alcançado o estado de ser, aquilo que sempre fui, luz, consciência sempre brilhante. Eu sou livre, apesar de o dia-a-dia trazer coisas agradáveis e coisas desagradáveis.

Verso 30: Porque se fala de um processo difícil de purificação, de austeridades, se eu já sou puro? Quando se faz o sacrifício pelo sacrifício o ahaṅkāra cresce. A grande ascese, a grande disciplina que acaba com o ego, colocando-o no seu lugar a desempenhar a sua função, é o processo de conhecimento e questionamento, na medida certa, daquilo que eu verdadeiramente sou. Essas são as palavras de Ramana.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Resumo Aula 10 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h16m25s; cânticos iniciais e leitura até ao fim do texto.

Quem sou eu? Quem é essa pessoa? Qual o meu objetivo?

Não conseguindo responder a essas questões elas ficam escondidas ao longo da vida. O ponto principal de Vedānta é lançar uma luz, uma clareza, nessa tema. Mostrar quem eu sou é algo muito mais profundo e transcendental no sentido que o eu está livre das modificações. Isto serve para o ser humano porque fala sobre o ser humano fundamental. Outra questão do Vedānta é perceber a causa do mundo e desse universo. Sem lidar com essa questão também não conseguimos sossegar. A questão sobre o criador é fundamental para nós.

1º) a lógica diz-nos que o Criador deve existir porque se a criação existe deve existir um Criador;
2º) se ele não está aqui, ele deve estar nalgum lugar, talvez num Céu.

A pergunta seguinte será:

Onde estava esse Criador/Deus antes da criação do Céu?

Quando dependemos apenas na lógica a resposta também tem que ser lógica. Não ficamos satisfeitos com respostas sem lógica, como: se Deus é todo-poderoso porque ele não interfere e beneficia ou ajuda as pessoas? E como é que ele decide ajudar? E esse tal de Diabo, o Demónio, Deus permite atuar, ele é uma ameaça, um poder paralelo, de onde ele veio? São perguntas que o intelecto não consegue obter uma respostas satisfatória. Desde sempre, há mais de 20.000 anos, que os Vedas falam sobre assuntos que a mente humana, por si só, não consegue descobrir. Os Vedas são a autoridade nesse assunto. Os Vedas vêm junto com a criação, como se fossem um manual de instruções, os mestres não inventaram esse conhecimento, apenas recebem o texto num estado elevado de meditação.

Entretanto, a professora Glória explica a suposta "teoria da invasão ariana" e a importância e estrutura do Sânscrito.

A visão dos Vedas como o ser humano não separado de um corpo único como o Criador, é a única crença religiosa que vê o Criador na forma de todo o universo, daí a reverência e respeito pelos animais e todos os seres vivos - a ideia é somente existe Deus, não um Deus mas a única coisa que existe é Deus e nada além d'Ele. A religião Hindu, na sua essência, é védica. A Upaniṣad refere que quem vem como convidado deve ser bem recebido, da melhor maneira possível, como a própria divindade que chega. O jovem indiano, hoje em dia, não sabe o que a Upaniṣad, nem a própria Gītā. A professora fala um pouco sobre a história de Svāmi Cinmayānanda, mestre de Swami Dayānanda, e o antes e depois da sua descoberta da grandeza do conhecimento dos Vedas exposta por Svāmi Tapovan. A professora conta também uma história sobre a conversão religiosa levada a cabo por cristãos.

Análise do verso 24: o significado da palavra īśa, īśvara, um ser inteligente que é também, a própria matéria da criação. Ele é também Deus, nada do que existe está separado dele. Ele é o Todo Poderoso que governa através de leis da natureza impessoais que a ciência estuda, que funcionam a todo o momento. A diferença entre o indivíduo e o todo é apenas em termos de veśa, vestimenta/forma. O criador é todo o mundo físico, o mundo das ideias e do inconsciente. Ele é quem dá o conteúdo a esse universo, ele é, de facto, a verdade de todo o universo. Essencialmente não somos diferentes nem separados, em termos da forma parecemos separados - Ele é o universo e eu o indivíduo. A professora Glória conta a parábola da onda e do oceano para explicar melhor esse conceito da não-diferença entre ambos. A mesma consciência que é uma única essencial.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Resumo Aula 9 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h08m08s: cânticos iniciais e leitura até ao verso 26.

O que é exatamente a mente, para que se possa ter um comando sobre ela? Quais os seus desejos, o que é importante para ela, qual é o conteúdo da mente (antaḥ karaṇa)?

No verso 18, Ramana fala que a mente é nada mais do que uma sequência de pensamentos. Alguns são de oscilação - mente, outros de decisão - intelecto. Pensamento é consciência que assume uma forma. A base da pessoa é a capacidade de conhecer, de "iluminar" objetos. Os olhos "iluminam" formas e cores; o ouvido "ilumina" sons; o nariz "ilumina" cheiros diferentes - ilumina no sentido que torna conhecido, revela. Livre do objeto, você é consciência. A mente está por detrás dos órgãos de percepção e dos pensamentos. A mente assume a forma do objeto mesmo quando o objeto não está ali, por exemplo quando assume emoções (raiva, satisfação, etc...). Vṛtti vyāpti e phala vyāpti: vṛtti vyāpti é um pensamento que assume uma forma e quando isso é reconhecido (a presença do pensamento) chama-se phala vyāpti. No reconhecimento da verdadeira natureza do "eu" o pensamento é "a consciência que sou" mas não há uma separação do sujeito consigo mesmo, por isso, é dito que é uma "iluminação": um pensamento que acontece que ilumina tudo; fica muito evidente que existe uma consciência sem separação sujeito/objeto e isso é percebido com muita clareza. A mente também tem pensamentos de identificação do sujeito: aham vṛtti (o outro tipo de pensamentos é idam vṛtti - isto é flor, aquilo é...). Quando há um pensamento em forma de raiva ninguém diz "existe um pensamento com forma de raiva na mente" mas "eu sinto raiva". Este tipo de pensamento "eu sou" é chamado aham vṛtti.

Ramana foca sempre o sujeito, pergunta de onde vem este "eu". Quando há esse questionamento os outros tipos de pensamento sobre o eu caem: eu sou inteligente [em relação à mente], eu sou gordo [em relação ao corpo]... Dessa maneira promove-se um questionamento sobre "quem sou eu?". Através desse processo percebe-se que existe algo maior, para além do corpo e da mente. Usa-se a meditação para questionar o próprio conceito de "eu", que só tem sentido quando se opõe a alguma coisa "isto sou eu, aquilo não sou eu". Quando se compreende que a consciência que eu sou há em todo o lugar, que só há uma única consciência que é a base que sustenta todos os objetos e o universo. Se "eu" está em todo o lugar onde está "não eu"? Não existe "não eu", tudo o que existe é "eu"! Com esse entendimento, a noção de "eu separado" desaparece, a noção de separação desaparece. Consegue-se perceber que "eu" é livre de separação e essa consciência brilha como completo, livre de limitação.

Verso 20: o conceito "eu" só se estabelece na medida que se relaciona com "não-eu". Depois da perceção que tudo existe o que eu sou é a consciência, livre de separação. Mesmo que exista a sensação de separação sei que é em relação ao corpo e à mente, mas com esse momento eu vejo que eu sou livre de limitação, a consciência que existe sempre no sonho, acordado, sono. Depois disso, a experiência de uma personalidade não afeta o que eu sou, porque sabe que é muito mais que essa forma limitada. Anteriormente, vivia-se a dualidade e tomava-se o relativo pelo absoluto. Viver com sabedoria no mundo e não fugir - esse é o objetivo.

Verso 22: explicação da palavra vigraha - assembleia - e a identificação equivocada com o "não eu", inclusive com a ignorância. Eu sou conhecimento que aponta ignorância, eu sou consciência que ilumina. Eka Sat - existe um eu que é sempre presente e tudo o mais que é inerte, que não tem luz própria, que é asat - não é real, muda, deixa de ser, desaparece.

Existe uma consciência, chamada cit, por detrás da mente. A natureza da luz é brilhar, a mente muitas vezes dorme, como no sono profundo. A mente desaparece, não há pensamentos. A consciência da mente não pertence à mente, é "emprestada" da Pura Consciência que sou Eu - essa nunca "apaga", nem quando a mente dorme, pois a sua natureza é de Luz constante. Aquilo que é cit é sat.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Resumo Aula 8 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h05m5s: cânticos iniciais e leitura até ao verso 18.

A respiração que é uma ação e a mente (a atividade mental), estão ligadas num único tronco que é māyā śakti. Rodha sādhana é um tipo de prática para comandar a mente. As duas dissoluções tem nomes diferentes: laya (absorção momentânea) através de prānāyāmās e prāṇa vīkṣaṇa. Mas, desta forma, a mente problemática não desaparece definitivamente. Só vai embora quando se conhece a base da mente, a consciência, sākṣi, absoluta, constante. Nessa altura, percebe-se a natureza da mente: uma sequência de pensamentos, mutável. O objetivo é ter uma mente clara, transparente, livre de problemas, que permita lidar com o mundo. Tudo o que se dissolve (momentaneamente) volta depois. Quando se sabe que a mente é mutável através do conhecimento da sua base, ela perde realidade. A consciência é real, constante, e a mente mutável.

Esta mente problemática sendo eliminada é atingida por um yogi muito especial, o mais exaltado, pois detém ātmajñānam - o conhecimento de si-mesmo. Essa pessoa não tem mais obrigação nenhuma, pois, já alcançou o bem maior, o sentido da vida - o estar bem e feliz. Faz a ação para ser um exemplo, para manter a harmonia na criação. A professora Glória dá o exemplo do pote mergulhado em água - aquele que está completo, totalmente preenchido, por dentro e fora - para comparar com o coração do sábio.

É falada a conexão, a lógica ou continuidade, que existe nessa mālā de versos.

Livre dos objetos a mente está consigo mesmo, está independente dos objetos. Se não há dependência ou vínculo com o objeto ele não é uma ameaça, a mente está livre do objeto. Assim, descobre-se uma paz em si-mesmo que é independente dos objetos e esse é o conhecimento, darśanam, uma visão. A professora Glória dá uma explicação sobre darśanam nos templos Hindus. Tattvadarśanam é o conhecimento sobre a verdade - a capacidade de descobrir a verdade acerca do Eu e do Universo, onde a dualidade dissolve-se e a capacidade de permanecer consigo mesmo acontece. O pensamento livre de separação objeto/sujeito (Akhaṇḍa ākāra vṛtti) e um pensamento na forma de um objeto (khaṇḍa ākāra vṛtti). O pensamento que elimina dualidades é akhaṇḍa ākāra vṛtti ou tattvadarśanam.

No verso 17, Ramana explica melhor sobre a mente: "manasa tutkim ... naiva marga arjavat". Dentro da tradição dos Vedas ele foca o questionamento "quem sou eu?". Invés de se preocupar com alcançar a libertação, o questionamento perfeito para entender os Vedas, que normalmente é procurado, ele foca em entender a base da sua mente. Normalmente, em Yoga fala-se em eliminar a mente ou pensamentos. Para Ramana, o foco está na base na mente e descobrir ātman/brahman. "Quem pergunta?", "Quem é o sujeito?", "De onde brotam as perguntas?". "Esse é livre de forma, a consciência, que as upaniṣads chamam de brahman" - manasam tu kim svarupam - qual a natureza da mente?

Margane krte - dessa maneira devemos questionar. Foque qual a natureza da mente, de que você se quer ver livre? À medida que é feito o questionamento, com sinceridade, a mente vai desaparecer. A mente é, apenas, a forma que essa consciência parece assumir. A mente é uma sequência de pensamentos. Idam vṛtti(o pensamento "isto") quando se pensa sobre objetos, casa, isso, aquilo; existe outro tipo de pensamento, "eu sou bonito", "eu sou triste"... "eu sou..." aham vṛtti. Os pensamentos objetos estão estabelecidos no pensamento "eu". O pensamento "eu" é a base. A relação com o objeto percebido parte do pensamento "eu" - ego, a pessoa, ahaṅkāra.

O maior pensamento é o pensamento "eu", pois todos os outros estão vinculados a ele, como por exemplo, "esta é uma flor que eu gosto", "isto é um livro interessante", e assim por diante.

Verso 19: todos os pensamento estão centrados no eu, e o conceito/pensamento eu de onde vem? qual o origem do pensamento? a origem está no próprio eu. A base está na consciência, que é o próprio eu (patati aham). Ao pensar "onde vem o eu?", a noção do eu, ahaṅkāra, cai fora, e fica apenas a consciência. Assim se chega na consciência, o eu que sou e me identifico, sem forma, apenas consciência permanece. A professora Glória explica o conceito de zen, vazio e koan do budismo que produz uma ausência de forma e produz o choque para abstrair e chegar além da forma. A ideia é chegar no ser, na consciência apesar de usar o termo vazio. De certa maneira, o objetivo é chegar na mesma coisa, a forma do mundo todo desaparece e chega-se na base, na consciência. Sem um conhecimento vai ser apenas um momento.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Resumo Aula 7 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula: 1h05m. Cânticos iniciais, leitura até verso 14.

As meditações que incluem dualidade "eu e o Todo", caminho para a meditação que se descobre estar com comigo mesmo, que sou a paz, a totalidade, onde tudo se parede dissolver (pensamentos, identificação com o corpo) para me descobrir a mim mesmo, que sou completo.

Análise do verso 10: esse verso é um resumo de tudo o que se disse antes. Alcance de uma mente firme, estabelecida no coração, não o coração físico mas o assento do eu. A consciência comum a todos os pensamento, a luz que ilumina todos os pensamentos que sou eu mesmo. Através da ação consciente, que é karma yoga, foco-me no sujeito, que sou eu. Descobrir o devoto em mim - bhakti - também ajuda a esse processo. Através de yoga também, e tamém o questionamento que é vicāra, que inclui meditação, ajuda a focar a mete no sujeito que é livre de limitação. Ramana mostra que o objetivo de todas as disciplinas dos Vedas, bhakti yoga, karma yoga, meditação, é o mesmo -a descoberta da paz que já sou.

No verso 11, Ramana fala sobre yoga śastra. O comando sobre a mente como objetivo para que o conhecimento seja possível. Comparação com a definição de yoga no Yoga Sūtra de Patañjali - yoga é o comando sobre os pensamentos da mente, yogaś citta vṛtti nirodhah (Y.S 1.2) e "rodha sadhanam" que ele fala aqui. Se não se consegue um comando imediato sobre a mente porque é difícil - como Arjuna fala na Gītā - pode-se usar como meio o comando sobre a respiração, já que, a respiração e o pensamento são como dois ramos de um mesmo tronco. Essa raíz sou eu mesmo, o tronco tem 2 aspetos: a respiração e o pensamento. Respiração agitada é igual a mente agitada e vice-versa. Estão interligados e refletem o outro. Para chegar numa mente tranquila é preciso tranquilizar a respiração. Assim, isso torna-se um meio para disciplinar a mente. Iniciando com prāṇa vīkṣaṇa - observação da respiração ou consciência da respiração. A descoberta que apenas olhando para a respiração é possível acalma-la e a mente também vai estar mais calma.

Existe a dissolução momentânea da mente através da respiração e também existe, por outro lado, um comando sobre a mente que é um ganho real para outros momentos - uma maior compreensão para sempre, uma transformação. Laya e vināśa: 2 tipos de rodhane, de dissolver a mente. Ramana chama de laya à dissolução através de yoga (prāṇāyāma) - de novo a agitação da mente volta, após o término da meditação. Não é o caso na mente que está dissolvida completamente (vināśa/mṛtam). Saber que a mente não é absoluta, tem a sua realidade, não é eterna, qualquer pensamento dura apenas um tempo limitado e depois desaparece. A mente que no início é um problema deixa de o ser. Yoga samādhi sem compreensão - é uma experiência e jñana samādhi (não é preciso repetir esta experiência). Através de prāṇāyāma, a mente dissolve-se, a mente fica calma (momentaneamente). Quando se percebe o Um que é a base dos pensamentos, que sustenta o corpo, a mente, todos os pensamentos, todo o universo, na percepção também se dissolve.
Essa visão é transformadora apesar de não se tornar um visão de todo o segundo, ainda assim eu vejo que o relativo é relativo, e não vai durar para sempre. Daí que perante o mundo com todos os seus problemas há a visão - eu existo e sou livre disso tudo, não para desprezar o mundo e os problemas mas para os colocar no seu devido lugar para lidar com eles.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Resumo Aula 6 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula 1h12m58s;

Cântico iniciais e leitura até ao verso 14.

A sensação de conflito constante do ser humano. A percepção de uma ordem cósmica é chamada de "a atitude de devoto", não um ato, ritual ou oração, mas a descoberta de uma ordem cósmica e a descoberta da sua relação com ela. As leis infalíveis mantidas por īśvara, "o criador", "o senhor", a causa do universo que o mantêm. A unidade que mantêm o corpo, a mente e todo o universo a funcionar. A lógica e a precisão da ordem infalível mesmo no que aparenta como sendo desordem. A resistência face à ordem que não está alinhado com o meu desejo enquanto indivíduo. O desejo cósmico é uma ordem cósmica que tudo mantêm. Ao perceber a ordem podemos sossegar. A capacidade de confiar na ordem é vital para conseguir relaxar. A pessoa que se relaciona com algo maior e descobre uma confiança nessa ordem é chamada aqui de devota.

O objectivo maior de todos é a meditação... pode ser um mantra que me traga à harmonia com o Todo até descobrir a minha natureza essencial como não sendo separado desse Todo.

Obstáculos à meditação: sono, distração, emoções e usufruir de um momento de felicidade; remédios para esses obstáculos. A meditação como um lugar para o surgir das memórias ou traumas interiorizados (a Mandukya Upanishad fala disso). Remédio para o 4º obstáculo - perceber que a felicidade não é produzida pela meditação mas que "eu sou a fonte de toda a felicidade".

O foco não está na meditação mas no meditador - essa paz sou eu mesmo. Não se resolvem todos os problemas desse corpo e mente mas aprende-se a lidar melhor comigo mesmo. No verso 7 diz que a meditação deve ser como um "fluxo de óleo constante". A meditação como o fluxo de um rio, ver que naturalmente corro para mim mesmo. Essa traz o fruto: uma paz, uma tranquilidade. Se isto não acontecer, algo está a correr mal, talvez uma exigência ou crítica.

História do barco à deriva e do "lótus do rio" em Calcutá. A natureza comum do ser humano. A capacidade de entender o outro, estender a sua compreensão é um fruto da meditação. A eliminação da dualidade entre o meditador e o meditado. A meditação mais elevada e a devoção.

Análise do verso 9: "existem vários níveis da devoção: a sadhana bhakti e sadhya bhakti. A devoçao "Eu diferente do Todo" (dualidade), reverência ao universo sendo separado dele e sadhya sadhana: a devoção que acaba com as diferenças, como o amor - "Eu não estou à parte do universo físico". O corpo é a manifestação dos cinco elementos e fisicamente e emocionalmente eu não estou à parte do universo. A descoberta da não separação, da existência de apenas Um, o conhecimento completa a devoção pois o conhecimento é a maior devoção - esse é o maior devoto, aquele que acolhe tudo.

A maior devoção é uma chama de compreensão onde toda a noção de separação dissolve-se. As diferenças são apenas conceitos, a essência é mais importante - olhar mais além leva-nos a perceber uma realidade mais profunda. História dos desenhos e figuras que revelam a figura de Jesus e o foco na visão. No início, apenas se vê a dualidade, depois a unidade, depois o espaço de ambos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Resumo Aula 5 Upadesha Saram - Pazpazes

Duração da aula - 1h04m22s.

Início com cantos devocionais e canto dos versos do texto (até ao 10º).

O método proposto para compreensão de Vedānta, a não separação com o Todo.

Descrição daquele que é impulsivo, do que é deliberado e do livre. Objetivo da liberdade da ação que nasce a partir de uma compreensão mais profunda da realidade – o sábio. (Notas sobre o Yoga Sūtra e os seus comentários à luz de Vedānta: a visão do sujeito através dos pensamentos do sujeito; conhecer o sujeito e não somente o corpo.

O método de Vedānta: śravaṇam, mananam, nidhidhyāsanam e o porquê e como da meditação “Quem sou eu?”.

Análise do verso 7: a forma correta de meditar diariamente; e como levar uma vida com consciência da reação. A frustação na meditação: exemplo de situação durante o retiro da professora Glória na índia e a história do mantra da meditação transcendental contada por Svāmi Dayānanda.

O objetivo, a forma e os resultados da meditação e japa. O amor e a devoção na meditação. A meditação, o objeto e o meditador. Como por exemplo: a observação na respiração ou concentração no mantra faz chegar na tranquilidade, embora seja uma técnica limitada.

Obstáculos à meditação: sono e distração. A meditação maior: o foco no meditador, estar consigo mesmo.

Análise do verso 8: uma visão da sua identidade como livre de diferenças que é superior à meditação com diferença, do tipo “sujeito vs observador”. Saḥ(ele/aquele) aham(eu) = eu sou ele. (O verbo ser está oculto), a não-diferença. Identidade entre os 2. As regras gramaticais para So'ham (e para Hamsa).

Tat tvam asi envolve outra pessoa, é um ensinamento devolvido como Hamsah. A meditação que foca no sujeito é superior à meditação que foca no objeto.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Resumo Aula 4 Upadesha Saram - Pazpazes

Duração da aula 4 - 1h08m15s:

Continuação da análise do verso 4 e análise dos versos 5 e 6.

- expetativa e raiva/frustação (reação), a descoberta da plenitude (não a sua produção) num momento de felicidade;
- descobrir o devoto através da compreensão do universo e da ordem onde se insere;
- a causa inteligente e a causa material desse universo – a inteligência que são as leis naturais do universo;
- a localização do criador, a identidade de Deus (īśvara) e do indivíduo, o funcionamento das leis impessoais e do Infalível (īśvara) que dão o resultado das ações;
- ações para neutralizar obstáculos: a oração;
- o porquê e a lógica dos acontecimentos.

Ramana apresenta ações possíveis para o devoto e a apreciação da ordem e harmonia. pūjā, japa, dhyāna – relação com o Todo.


Verso 5:

- o Senhor das Oito Formas: 5 elementos (espaço, ar, fogo, água e terra) + sol + lua + eu;
- tudo é īśvara, nada está de fora.
- Respeito e reverência a todas as formas de natureza porque tudo é īśvara, na visão dos Vedas.
- A consciência do outro, dos desejos do outro – identidade conjunta. A descoberta de todo o universo como um corpo único.

Ramana recomenda a repetição do nome do Senhor em voz alta ou baixa. Isto leva à visão da não-separação com o Todo.

Explicação da meditação que é feita apenas com a mente, em oposição ao que foi exposto anteriormente: pūjā e japa.

A diferença entre meditação (mānasa vyāpāra / sajātīya vṛtti pravāha) e samādhi. Recomendações para a prática de meditação e domínio da mente, do instrumento interno (antaḥ karaṇa).

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Início do estudo de Upadesha-Saram - Porto

Inicia hoje, 2 de Setembro, o estudo de Upadesha-Saram pelo Grupo de Estudos de Vedanta Gita Vicara da professora Glória Arieira, do Vidya Mandir.

O Grupo de Estudos de Vedanta no Porto, iniciou, formalmente, a 6 de Maio de 2010, e segue com encontros semanais de 1h30, sempre às quintas-feiras pelas 21h30, até 5 de Maio de 2011, totalizando 46 encontros, interrompendo-se apenas durante as férias, feriados ou por motivos de força maior. Todos são bem-vindos ao estudo. Mais informações através do email: adm@yogavaidika.com.

Novo Blog Gita Vicara

Foi lançado no início de Setembro de 2010 o website de apoio ao Grupo de Estudos de Vedanta em Portugal, denominado Gita-Vicara (Gita = Bhagavadgita; Vicara = questionamento). O endereço do blog é www.gita-vicara.blogspot.com.

No site poderão ter acesso a mais informações sobre este Grupo de Estudo que acontece sob a supervisão da professora Glória Arieira, Diretora Presidente do Centro de Estudos de Vedanta e Sânscrito - Vidya Mandir - do Rio de Janeiro, Brasil.

O grupo de Gita-Vicara foi criado para dar oportunidade a pessoas que moram longe do VIDYA MANDIR de escutar o ensinamento da Bhagavadgita transmitido pela professora Gloria Arieira, que aprendeu com seu mestre Swami Dayananda Sarasvati, na mesma linha de estudo do mestre Sri Shankara. Não tem como objetivo discutir várias linhas de Vedanta ou interpretações possíveis da Gita, mas, sim e apenas, promover o encontro daqueles que estão interessados em estudar e compreender Advaita Vedanta, o conhecimento do Ser Ilimitado que é a natureza do indivíduo e do Criador da criação, conforme comentários de Sri Sankara.

O líder é alguém que tem maior contato com o ensinamento de Vedanta e a professora Gloria Arieira. Alguém que já teve um contato inicial com Vedanta com a professora Gloria Arieira. Não é um professor de Vedanta, mestre ou ser realizado nem espiritualmente superior aos membros do grupo.

O primeiro beneficiado pelo grupo de Gita-Vicara é, sem dúvida, o próprio líder que deseja esclarecer e firmar seu próprio conhecimento.

Formato do encontro (sempre que possível):

Manter o mesmo local e hora para os encontros, de preferência lugar neutro ou sala de yoga;
Iniciar com cantos de paz e orações introdutórias;
Escutar o CD até o fim e depois dar oportunidade para discussão e apresentação de dúvidas (se necessário, o CD pode ser parado para que a dúvida de um membro seja elucidada);
Haver, no final da sessão, cerca de 15 minutos de meditação ou silêncio.

Estruturação do estudo:

Tattvabodhah
Upadesha-saram
Bhagavadgita
Upanishads
Outros textos

O Grupo de Estudos reúne-se semanalmente na Maia, no Centro de Yoga "Vaidika".