quinta-feira, 21 de abril de 2011

Bhagavad Gita, Aula 19 resumo - Vaidika, Maia

Duração da aula 50m03s; cânticos iniciais e invocação à Gītā.

Na primeira parte do capítulo, Arjuna quis saber a diferença entre tyāga (renúncia na ação) e sannyasa (renúncia da ação), e, yoga (moderação). O conhecimento do Eu que nada faz (ātman) é o conhecimento de naiṣkarmya siddhi.

No verso 46, Kṛṣṇa volta à atitude de karma yoga. Para obter o conhecimento do Eu é necessária a exposição ao ensinamento (escutar), refletir e contemplar sobre o que foi escutado e, ao mesmo tempo, trazer īśvara para a vida para tirar a força do ego (ahaṅkāra). Isso acontece ao longo do tempo.

Kṛṣṇa fala a Arjuna para fazer o seu papel, mesmo que pareça destituído de qualidades, e, deixar os outros fazerem os seus papéis.

A partir do verso 50, Kṛṣṇa faz um resumo do ensinamento, nomeadamente, como tranquilizar a mente e conhecer o absoluto (karma yoga e jñānam). No verso 63, Kṛṣṇa diz a Arjuna que o maior segredo de todos é a entrega a um guru que possa ensinar, caso contrário, o conhecimento não surge e mantêm-se confuso, não faz sentido e não é possível usufruir dele. Também é o maior segredo de todos porque esse conhecimento está escondido dentro de cada um, em si-mesmo - que Eu sou o Todo, já completo, ilimitado.

No verso 66 termina todo o ensinamento. Esse verso é cantado quando se finaliza o estudo, que reconhece que eu já sou a Consciência que nada faz, ātman, e que em mim busco refúgio. Esse conhecimento traz a maturidade da mente e conduz conhecimento. Kṛṣṇa fala "não se entregue ao sofrimento", o sofrimento/ilusão elimina-se com a clareza do autoconhecimento.

Nos 12 versos seguintes, Kṛṣṇa refere que esse ensinamento deve ser ensinado àquela pessoa que o deseja: "Onde existir uma pessoa que deseje conhecer este ensinamento (um Arjuna) e uma pessoa que o ensine (Kṛṣṇa), aí estarei Eu". Uma condição deve estar presente também, a pessoa que deseja conhecer deve estar livre de inveja, isto é, com uma mente objetiva. Arjuna diz, finalmente, "a ilusão foi-se!"

A professora Glória, refere que é importante dar a oportunidade a quem escuta pronunciar-se se entendeu ou se ainda tem dúvidas.

Arjuna diz, então, que está livre de dúvida e que agirá de acordo com o ensinamento.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bhagavad Gita, Aula 18 resumo - Vaidika, Maia

Duração da aula 1h09m58s; cânticos iniciais.

O capítulo XVIII é um resumo de toda a Gītā (a guerra dura 18 dias e a Gītā tem 18 capítulos).

No início, Arjuna pergunta a Kṛṣṇa a diferença entre tyāga e sannyāsa. Kṛṣṇa explica que tyāga está relacionado com karma yoga e sannyāsa com a busca de conhecimento. Neste capítulo, Kṛṣṇa faz um resumo do ensinamento da Gītā e, no final (este capítulo é longo - tem 78 versos), Arjuna entende finalmente a situação.

Kṛṣṇa explica que tyāga é em relação aos frutos da ação. A capacidade de receber o que vem sem reação é chamado de tyāga - atitude de prasāda. Sannyāsa é definido como a renúncia de alguns tipos de ação

A professora Glória fala sobre varnas, āśramas e sobre os diferente tipos de sannyāsa falados no capítulo VI: āpat, vividiṣā e vidvat sannyāsa. A renúncia é uma maturidade, uma apreciação de si mesmo. Kṛṣṇa refere que mesmo abandonando a ação algumas coisas devem ser feitas:
1) yajña - relação com o Todo, quer seja oração ou ritual;
2) dānam - capacidade de doar, o necessário, na hora certa, da maneira certa, nem que seja apenas tempo para escutar alguém;
3) tapas - disciplina, segurar os sentidos que querem "correr" de acordo com os desejos e a mente.

Kṛṣṇa fala sobre a ação do verso 12 ao 45 (quase um capitulo independente). Ele procura tornar claro a renúncia da ação, como já tinha sido falado no capítulo III - estar livre da ação é saber que ātman, o eu, nada faz. Como esta matéria é difícil de entender, Kṛṣṇa volta a falar sobre isso.

Karma está vinculado ao corpo. Fatores necessários para a ação:
1) a base da ação (adhiṣṭhāna): fisica, oral ou mental;
2) vijnanamaya (karta/bhokta/entidade/buddhi/identidade);
3) karaṇa (os instrumentos físicos e a mente);
4) prāṇa;
5) daivam - as forças da natureza: capacidade da mente pensar, do ouvido ouvir.

A ação depende destes fatores anteriores. Além desses fatores, aponta-se ainda o conhecimento dos objectos, o tipo de mente, buddhi e o tipo de força. Assim, karma não pode pertencer a ātman, pois ātman que é livre de guṇas. O ātman não está relacionado com karma, nem com karmaphalam. A ação, enquanto indivíduo vai ser sattva, rajas ou tamas. O eu é somente consciência. Com esse entendimento alcança-se o objetivo maior da vida.

O verso 46 deste capítulo completa o verso 47 do capítulo II: fazendo karma yoga a pessoa capacita-se para alcançar o estado de livre da ação, naiṣkarmya. De seguida, Kṛṣṇa explica que o oferecimento será a execução da ação, fazendo o que deve ser feito - essa pessoa alcança o preenchimento da sua vida, a maturidade emocional, a objetividade. Esta ideia completa a anterior. O yogi é aquele que traz esse conhecimento para a sua vida.