terça-feira, 18 de setembro de 2012

Tattvabodhaḥ, aula 3, resumo - Vaidika

Duração da aula 1h14m56s; cânticos iniciais.

A professora Gloria começa com uma revisão da matéria dada nas aulas anteriores.

A professor conta uma história curiosa, mas real, sobre um alemão que não deitava nada fora e que ia guardando tudo no seu apartamento, até encher todo o espaço. Quando conheceu a sua futura esposa, ia já no quarto apartamento totalmente lotado. Com a ajuda dela, conseguiu esvaziar um após o outro, até chegar no primeiro. É uma questão de trabalhar o desapego – vairāgyam.

Na Gītā, Arjuna tem Kṛṣṇa como o condutor do seu carro, com um chicote e segura os cinco cavalos brancos. Os cavalos são um símbolo dos cinco órgãos de percepção. Kṛṣṇa simboliza a mente que conduz os cinco cavalos. A mente tem o chicote que dá direção aos cavalos, guiados o tempo todo pela estrada, pelo caminho (patha – em inglês “path”) do autoconhecimento, conhecendo aquele que é livre de limitação – Brahman.

É necessário um comando sobre a mente para lhe dar uma direção. Essa capacidade é denominada “śama”. Ter um conhecimento profundo da mente é “śama”.

A professora conta a história da vaca que é levada a passear e que, de alguma maneira, consegue fugir àquele que a passeia. Conseguir apanhar a vaca pela cauda, e, depois ir voltando a segurar na trela ao pescoço, é chamado de “dama”. Conseguir segurar a nível do corpo, mesmo depois de ter pensado, é “dama”.

A terceira qualificação é uparama, uma mente que tenha uma certa organização preparada para compreender aquele que é muito subtil, o Eu, Brahman. Arjuna diz a Kṛṣṇa que a sua mente é muito mais difícil de segurar do que a mente.

A professora conta a história da flor e do choro para demonstrar que a mente que funciona por associação foge constantemente. Assim, torna-se necessário dar uma direção a ela, a algo que é a base, a verdade de todo o universo. É necessário ver mais além, por isso, o sábio é chamado de poeta (kavi), pois tem a capacidade de ver algo a mais nos objetos, uma visão mais profunda.

Uparama é, também, ter a capacidade de saber qual o seu papel, a sua função – sendo a maior de todas o autoconhecimento. Cumprir o seu dever, o que tem de ser feito em sociedade mas também a renúncia, saṁnyāsa, para dedicar-se completamente ao estudo, ao autoconhecimento - o objetivo mais alto do ser humano: quem sou eu? O que vim fazer a este mundo?

Titikṣā, a capacidade de aguentar, tolerar os pares de opostos (dvanda), frio/calor, alegria/tristeza, etc, sem reclamar, com uma mente satisfeita – tolerar o mundo e as pessoas do jeito que são.

Śrāddha é a confiança, uma qualificação necessária ao estudo. Confiança nos textos, no ensinamento, na pessoa que ensina (guru - “gu” significa escuridão/ignorância, “ru” é a eliminação da escuridão”). No dia dos mestre, Guru Pūrṇimā, na primeira lua cheia de Julho, todos os mestres são reverenciados.

No estudo de Vedānta é passada uma visão, esse é o poder de ensinar, levar outra pessoa a compreender da mesma maneira que se aprendeu. Isso não acontece com o estudo apenas através dos livros. Como é muito difícil confiar, śrāddha é o processo de descobrir a confiança na pessoa que transmite o ensinamento.

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