sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bhagavad Gita, Aula 2 resumo - Pazpazes, Porto

Duração da aula 56m11m; cânticos iniciais.

Capítulo I: A visão de Arjuna do campo de batalha e o seu estado de espírito - o desejo de se afastar dessa situação e a sua confusão. Arjuna questiona-se sobre a validade da guerra como solução para o problema que atravessa; a falta de clareza de Arjuna e o erro no seu argumento inicial, já que, a solução não é ir, simplesmente, embora.

Capítulo II: Logo no início, Kṛṣṇa questiona Arjuna, pergunta-lhe pela sua força e incita-o a desempenhar o seu papel na guerra. Arjuna continua a dar explicações, a seu ver, plausíveis para escapar a essa batalha, como por exemplo, caso a guerra prossiga ele terá de combater Bīṣma e Droṇa, veneráveis mestres e parentes. Para ele é até preferível viver uma vida de mendicância. Arjuna começa a lidar com a questão do problema fundamental - ele deseja śreyas, ele deseja estar bem com ele mesmo. Arjuna diz: "Com a minha mente iludida pelo dharma (o que adequado eu fazer? qual a minha natureza fundamental?) eu pergunto a si, Kṛṣṇa, o que me dará śreyas? Eu tomo refúgio em si." O maior refúgio é o entendimento. Arjuna pode relaxar, pois colocou o seu problema aos pés de Kṛṣṇa.

A professora Glória conta a história da série televisiva que passou na Índia sobre o Mahābhārata.

A interpretação da primeira palavra de Kṛṣṇa na resposta a Arjuna - aśocyan: representa a falsidade do problema de Arjuna como a limitação em termos de felicidade, em termos de tempo (a chegada do declínio, destruição e morte) e ignorância ("eu não tolero viver em ignorância"). O sofrimento deve-se ao desejo de ser uma pessoa sempre feliz, ter todo o conhecimento e ser imortal, e, nada parece ser a solução para isso. Kṛṣṇa diz que aquilo que você é fundamentalmente não é essa pessoa que você vê, pois, se fosse limitado não haveria solução para o problema. A solução não passa por resolver todo os problemas relativos ao redor, pois ao resolver esses problema não muda a percepção sobre si mesmo. Torna-se necessário conhecer sobre si mesmo para descobrir esse ser fundamental que se é. É necessário expor-se ao conhecimento. Esse ser fundamental que é consciente não vai ser conhecido pelos sentidos, nem pela lógica - é necessário usar um meio de conhecimento diferente que são as palavras (as palavras de vedānta). Kṛṣṇa diz: você é aquele que não morre mesmo quando esse corpo morrer, nem você morre, nem eu, nem todos os aqui reunidos. Conhecendo-se a si mesmo você descobre-se a si mesmo fundamentalmente.

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