sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dakṣiṇāmūrti Stotram, aula 4, resumo - Vaidika

Duração da aula 45m05s; cânticos iniciais.

Dakṣiṇāmūrti Stotram, também chamado de Dakṣiṇāmūrti Aṣṭakam, é um texto que tem o peso de Upaniṣad, ou Brahma Sūtra. Na realidade, antes de Brahma Sūtra, geralmente, cantam-se estes versos pois são considerados muito importantes. Também, em homenagem a Śaṅkara canta-se muito esta obra.

No mundo, estabelecem-se vário tipos de relacionamento, como o relacionamento com o corpo – ele é o efeito de alguma coisa (kāryam), ele tem uma causa (kāraṇa), que vai produzir um corpo, uma situação de família, um tipo de mente (o karma de vidas passadas). A todo o momento, vê-se a relação de “causa-efeito” (kāraṇa, kāryam). Nada é isolado. As minhas escolhas irão criar um corpo futuro, em relação a uma coisa ele é causa, e, noutras efeito. Constantemente, as coisas estão misturadas, causa e efeito, isso refere-se a mithyā, aquilo que é aparente, aquilo que não é absoluto, que não é possível determinar.

Uma outra relação é aquela do aluno e do professor. Ninguém é absoluta e constantemente professor. Na frente do seu próprio professor, é-se sempre aluno. Este conhecimento que me fez “grande” deve-se a um professor. Em relação a alguns é-se professor, e, a outros aluno.

As relações não são absolutas mas relativas e em relação a pontos de referência. A consciência é absoluta, tudo o resto é alguma coisa de um ponto de vista, e, outra coisa de outro ponto de vista.

Também através da relação pai e filho: todo o pai foi filho, em algum momento, e em potência uma pessoa poderá ser pai/mãe. No universo nada é absoluto, as coisas existem em relação a pontos de referência e existem sempre que a mente está presente, (acordado ou sonhando). As coisas são produzidas através de māyā, a ilusão, como todos os objetos de ouro são, fundamentalmente, ouro.

A professora Gloria fala detalhadamente sobre as 8 formas de īśvara.

No último verso, é dado o fruto deste estudo (phalam śruti): o conhecimento. Escutando este stava/stuti, refletindo no significado das palavras, meditando/contemplando e cantando estes versos em formato kīrtana cria-se uma relação, um víncul. A repetição no olhar [a forma], cantar e repensar, cria uma relação - vem a descoberta que sou o todo, sarva, do tamanho do universo, o conhecimento que eu sou esse livre de limitação. Essa pessoa ganha o estatuto de īśvaratvam, ganha-se a identidade com īśvara, eu não sou diferente dele, não sou separado dele. O principal fruto é o entendimento dessa não separação com īśvara, ver a realidade que vai além dos meus olhos, a minha natureza fundamental livre de limitação.

O que quero é descobrir a paz, a plenitude, a satisfação dentro de mim.

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