sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Resumo Aula 7 Upadesha Saram - Pazpazes, Porto

Duração da aula: 1h05m. Cânticos iniciais, leitura até verso 14.

As meditações que incluem dualidade "eu e o Todo", caminho para a meditação que se descobre estar com comigo mesmo, que sou a paz, a totalidade, onde tudo se parede dissolver (pensamentos, identificação com o corpo) para me descobrir a mim mesmo, que sou completo.

Análise do verso 10: esse verso é um resumo de tudo o que se disse antes. Alcance de uma mente firme, estabelecida no coração, não o coração físico mas o assento do eu. A consciência comum a todos os pensamento, a luz que ilumina todos os pensamentos que sou eu mesmo. Através da ação consciente, que é karma yoga, foco-me no sujeito, que sou eu. Descobrir o devoto em mim - bhakti - também ajuda a esse processo. Através de yoga também, e tamém o questionamento que é vicāra, que inclui meditação, ajuda a focar a mete no sujeito que é livre de limitação. Ramana mostra que o objetivo de todas as disciplinas dos Vedas, bhakti yoga, karma yoga, meditação, é o mesmo -a descoberta da paz que já sou.

No verso 11, Ramana fala sobre yoga śastra. O comando sobre a mente como objetivo para que o conhecimento seja possível. Comparação com a definição de yoga no Yoga Sūtra de Patañjali - yoga é o comando sobre os pensamentos da mente, yogaś citta vṛtti nirodhah (Y.S 1.2) e "rodha sadhanam" que ele fala aqui. Se não se consegue um comando imediato sobre a mente porque é difícil - como Arjuna fala na Gītā - pode-se usar como meio o comando sobre a respiração, já que, a respiração e o pensamento são como dois ramos de um mesmo tronco. Essa raíz sou eu mesmo, o tronco tem 2 aspetos: a respiração e o pensamento. Respiração agitada é igual a mente agitada e vice-versa. Estão interligados e refletem o outro. Para chegar numa mente tranquila é preciso tranquilizar a respiração. Assim, isso torna-se um meio para disciplinar a mente. Iniciando com prāṇa vīkṣaṇa - observação da respiração ou consciência da respiração. A descoberta que apenas olhando para a respiração é possível acalma-la e a mente também vai estar mais calma.

Existe a dissolução momentânea da mente através da respiração e também existe, por outro lado, um comando sobre a mente que é um ganho real para outros momentos - uma maior compreensão para sempre, uma transformação. Laya e vināśa: 2 tipos de rodhane, de dissolver a mente. Ramana chama de laya à dissolução através de yoga (prāṇāyāma) - de novo a agitação da mente volta, após o término da meditação. Não é o caso na mente que está dissolvida completamente (vināśa/mṛtam). Saber que a mente não é absoluta, tem a sua realidade, não é eterna, qualquer pensamento dura apenas um tempo limitado e depois desaparece. A mente que no início é um problema deixa de o ser. Yoga samādhi sem compreensão - é uma experiência e jñana samādhi (não é preciso repetir esta experiência). Através de prāṇāyāma, a mente dissolve-se, a mente fica calma (momentaneamente). Quando se percebe o Um que é a base dos pensamentos, que sustenta o corpo, a mente, todos os pensamentos, todo o universo, na percepção também se dissolve.
Essa visão é transformadora apesar de não se tornar um visão de todo o segundo, ainda assim eu vejo que o relativo é relativo, e não vai durar para sempre. Daí que perante o mundo com todos os seus problemas há a visão - eu existo e sou livre disso tudo, não para desprezar o mundo e os problemas mas para os colocar no seu devido lugar para lidar com eles.

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