terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bhagavad Gita, Aula 6 resumo - Vaidika, Maia

Duração da aula 59m53s; cânticos iniciais.

Logo no primeiro capítulo Arjuna procurou fugir à ação, Kṛṣṇa ensina a Arjuna que a melhor ação é a de Karma Yoga. A presença de rāga/dveṣas e suas reações é que são a causa do sofrimento; a ação em si não é um problema que se resolva com a não ação. A solução, não é deixar de fazer, mas lidar com a causa da reação. Arjuna pensa que a ação é o problema e que não agindo não irá criar problemas. No entanto, a questão é aprender a lidar com a ação e a reação.

Entretanto, Kṛṣṇa fala de dois estilos de vida para mokṣa: a renúncia e Karma Yoga - os dois para a mesma coisa. O mestre quer mostrar ao discípulo que o seu caminho é o de Karma Yoga.

No capítulo anterior, Kṛṣṇa tenta mostrar a Arjuna que pode renunciar não fazendo a ação ou não se identificando como o agente da ação.

A não-ação é um estado de ser, não uma opção. A única opção é perante a ação: uma ação correcta, inadequada, ou não faz a ação, porque a sua natureza é de kartā. No capítulo IV fala-se de não-ação como a descoberta de "eu por natureza não faço nada, nunca fiz nada nem poderei fazer, porque a minha natureza é consciência, o absoluto que não tem para onde ir ou fazer, é uma presença". Este estado tem que ser descoberto.

A renúncia pode ser de três tipos:
a) a renúncia como um estágio na vida - vividiṣā sannyāsa;
b) aquele que já adquiriu o conhecimento "eu sou brahman" tenha tomado, ou não, formalmente sannyāsa - vidvat sannyāsa;
c) renúncia na hora da morte - āpat sannyāsa.

A professora Glória conta a história do sábio talhante.

Arjuna desejava a primeira forma de renúncia mas Kṛṣṇa impele-o à segunda, pois esse é o sábio. Como é possível tomar sannyāsa para adquirir conhecimento Arjuna deseja isso. Acontece que ao tomar sannyāsa ficamos privados de confrontar as nossas rāga e dveṣas. Por isso, entre os dois estilos de vida, Kṛṣṇa diz que Karma Yoga é muito melhor que karma sannyāsa (renúncia). Como isso não era o que Arjuna queria ouvir ele age como se não tivesse sido dito.

Kṛṣṇa fala que o sempre renunciante, livre de reação (raiva, aversão), do desejo e capaz de lidar com as dualidades, facilmente, liberta-se de todo o aprisionamento. Renunciante não é aquele que está num lugar isolado, sem fazer nada, mas aquele que está livre de reação com uma mente tranquila. Se não existe um estilo de vida naturalmente de renúncia para a pessoa, a melhor coisa é buscar ser um vidvat sanyāsī.

A professora conta a história de Kailāsa āśram onde se ensinava sobre sannyāsa aos sanyasis, falando dessa como a melhor opção para aqueles que já estão nesse caminho, que têm uma vida simples. Muitas vezes, o uso da roupa tradicional de um renunciante pode tornar-s um motivo de orgulho - ideia contrária à própria renúncia. Àqueles que já têm família, filhos, profissão, etc, não adianta estar a elogiar o estilo de vida de renúncia, mas sim, Karma Yoga.

Os sábios sabem que os dois caminhos, a vida de renúncia e a vida de karma yoga são igualmente importantes, não tem um melhor que outro, e ambos levam ao mesmo resultado - o autoconhecimento. Por isso, Kṛṣṇa diz a Arjuna: "escolha Karma Yoga". E Arjuna questiona "se ambos são iguais porque escolher Karma Yoga e não sannyāsa?"

A renúncia sem Yoga é muito difícil de ser conquistada porque se dispensam os meios para conquistar a mente. Karma Yoga é mais seguro.

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