terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bhagavad Gita, Aula 9 resumo - Vaidika, Maia

Duração da aula 59m24s; cânticos iniciais.

Do capítulo VII ao capítulo XII, o tema é a compreensão de īśvara. No capítulo anterior, o sétimo, falamos de īśvara como causa inteligente e causa material da criação.

O capítulo VIII é chamado de tāraka brahman ou de akṣara brahman, tem esses dois nomes. Tāraka brahman quer dizer aquele que me ajuda a atravessar, ir além - do saṃsāra (a vida de altos e baixos, de sofrimento). Akṣara brahman é aquele que é imutável, o absoluto, a verdade do universo que é o sujeito. Este conhecimento de tāraka brahman fala sobre a identidade (igualdade) entre o indivíduo e o todo.

Arjuna começa com o questionamento sobre a hora da morte: o que pensar nesse momento?

Kṛṣṇa fala sobre akṣara brahman como o imutável, sem forma. Brahman vem da raiz bṛh, raiz que significa "ser grande" (no sentido de maior de todos) na forma neutra, e na forma masculina como o criador. Brahman, junto com o poder de fazer aparecer, māyā, faz toda a criação. O indivíduo tem um corpo físico, um corpo subtil (pensamento e emoções) e um corpo causal (puṇya/pāpam) - (īśvara físico é chamado de jagat, īśvara subtil é hiraṇyagarbha) Causal é o não manifesto, semente, (avyakta). Kṛṣṇa diz a Arjuna que se pensar Nele estará livre. A questão é: como pensar Nele? No momento da morte, a força vai-se, por isso, só é possível pensar em īśvara se já houve uma disciplina, e deverá pensar-se "somos um, não somos separados" - isto é preciso estar claro e estabelecido. Se não houve uma vida de Yoga, no sentido de implementar este conhecimento, no momento da morte, outras questões irão tomar conta da mente.

A professora fala sobre o filme Malika para ilustrar o tema da reencarnação.

Os pensamentos que se tornam mais fortes manifestam-e numa próxima vida como tendências. Não tire da sua mente a verdade sobre o sujeito "aham brahman" - eu não sou corpo, eu não sou mente, eu sou o universo, a consciência. Isso quebra ciclo de renascimentos. Assim, é preciso manter a disciplina de meditação e contemplação (abhyāsa) da visão da unidade com o absoluto. Durante o dia, quando a mente está livre, é necessário ver sob a perspetiva do absoluto, mesmo observando um problema relativo; e praticar a capacidade de ver, amplamente, que eu não controlo nada e abro mão, e permitindo que īśvara faça a sua parte, pois ele já o faz verdadeiramente, mas, na minha mente eu não o vejo. Com essa visão, esgota-se a bagagem para um novo nascimento e, assim, não há um próximo nascimento. Dessa forma, esse jīvanmukta, liberado vivo, torna-se um videha mukta - sem corpo causal para originar um novo nascimento. Há uma outra opção: kramamukti aquele que deseja a libertação através do conhecimento vindo do melhor professor, ou seja, brahmājī. Assim, procura alcançar brahmaloka através de várias disciplinas de yoga. Nesse lugar, aguarda o final da criação e recebe o conhecimento diretamente do criador - assim alcança o conhecimento e liberta-se.

Outra opção, é o controle de várias disciplinas de prāṇāyāma - que comandam a mente - e da repetição, ao mesmo tempo, do omkāra em formato de japa, a repetição do mantra om. Com essa disciplina diária rigorosa, focando o olhar no centro das sobrancelhas, para que o prāṇa, no momento da morte, saia pelo topo da cabeça (sahasrāra cakra), alcança-se brahmaloka.

Esse é o objetivo último de todos - brahman. O objetivo final de todas as pessoas é Om, esse Om é brahman. Conhecendo o significando do Om, meditando no Om, alcança-se o Om - "eu sou Om". Īśvara praṇidhāna é o conhecimento de jīva como īśvara, ou, de jīva como ātman.

A seguir, Kṛṣṇa fala sobre tempo relativo e daquele que está além do próprio tempo. Durante a vida, deve-se focar esse eterno para que no momento final da morte esse pensa surja e se termine com o saṃsāra cakra.

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